Esquerda se recusa a integrar governo pró-austeridade e impasse continua na Grécia


Evangelos Venizelos, do governista Pasok, espera reunião com presidente grego; acordo segue distante

As negociações para a formação de um novo governo na Grécia não saíram do impasse neste domingo (13/05), após a frente de esquerda Syriza mais uma vez se negar a participar de uma coalizão com os partidos que defendem o comprimento dos acordos firmados com a União Europeia para a estabilização da dívida pública grega. Estes prevêem medidas austeridade fiscal que aumentam a pobreza e o desemprego em troca de ajuda financeira.

Após nenhum partido conseguir um acordo para alcançar maioria parlamentar, o presidente Carolos Papoulias tentou conduzir a formação de um governo de salvação nacional com a participação de todas as legendas, mas as discordâncias sobre como recuperar a economia do país devem levar a novas eleições.

Segunda colocada nas eleições da semana passada, a Syriza defende a rejeição do acordo com a Troika (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), mesmo que isso implique a saída do pais da Zona do Euro. “Os partidos da coalizão governaram a Grécia nos últimos dois anos e ainda continuam chantageando o povo. Mas os gregos não podem ser chantageados”, disse o líder da Syriza, Alexis Tsipras, em referência ao Pasok e ao ND, as legendas que assinaram o acordo. Tsipras afirmou em entrevista coletiva que não será “cúmplice” do “crime” cometido por estes partidos.

Pasok e ND chegaram a um entendimento com a Dimar, pequena legenda de centro-esquerda, o que seria suficiente para garantir a maioria, mas consideram que só a adesão da Syriza daria legitimdade ao governo. “Eles têm a maioria, que sigam adiante. O pedido para que o Syriza participe não tem precedentes e não é razoável”, criticou Tsipras.

O último líder a se encontrar com Papoulias neste domingo, Fotis Kouvelis, do Dimar, declarou após a reunião que a Grécia necessita de um governo amplo que inclua todos os partidos que querem manter o país na Eurozona. No entanto, Kuvelis explicou que Papoulias reconheceu que essa coalizão é impossível devido à negativa do Syriza. “O presidente me disse que até agora não há possibilidade de formar um governo de unidade”, explicou o líder do Dimar.

Se a iniciativa presidencial não alcançar um acordo, a Grécia terá que realizar novas eleições num prazo mínimo de três semanas após a constituição do Parlamento em 17 de maio, por isso a data desta votação deverá ser 10 ou 17 de junho

Apesar do impasse, Carolos Papoulias convocou uma nova reunião entre os principais líderes partidários para esta segunda-feira.

Fonte: Opera Mundi